Análises

Tivemos acesso ao novo disco de Deitrick Haddon - Church on the Moon. Confira nossa análise

Dhaii M. (Adailton Moura) em 17/08/11 6136 visualizações
Vou ser sincero em dizer que esse foi um dos mais difíceis, e também o mais incrível disco que eu analisei até a presente data. Comecei fazer análise de álbuns há pouco tempo, e durante esse pequeno período aprendi muito. Costumo ouvir os discos mais de 10 vezes pra chegar a uma conclusão exata; cada vez que ouço uma música observo uma coisa diferente, que não identifiquei quando a ouvi anteriormente.

Falando sobre Church On The Moon, e sobre o seu autor, Deitrick Haddon, posso dizer que conheci um pouco mais sobre música urbana e fiquei mais impressionado e admirado com o talento do cantor.

O que mais me impressionou não foram as batidas ou os sintetizadores – também fiquei maravilhado com a produção -, mas sim com as letras. Músicas que falam de fé, perdão, amor ao próximo e sobre a volta de Cristo, é difícil não se emocionar ao ouvir cada verso interpretado por Haddon.

O título pode soar meio estranho, mas sobre isso ele diz: "A idéia caiu em mim do nada... Como alguma coisa que atinge o seu espírito, e você sabe que é dom de Deus. E há momentos em que Deus dá o material para você “sair deste mundo”! Isso é o que Igreja na Lua significa para mim. Há tanta tristeza e loucura acontecendo aqui na Terra, eu quero te levar para outro lugar por um tempo. Igreja na Lua é a música gospel vista de outra perspectiva – uma gravação que te leva a uma viagem. Quando a última música tocar, você vai se sentir muito acima de todos os problemas que estavam pesando em você”, conclui.

... ano 3000, entre na nave do piloto Deitrick Haddon; estamos a caminho da lua!!! #Leggo

A primeira canção [depois da introdução Lift Off] SHOW STOPPER (A estrela principal do Show, na tradução livre), mostra o que iremos ouvir nas próximas 17 faixas. O Techno-Pop é comandado pelos “pesados” sintetizadores do inicio ao fim, os bumbos [graves] ficam em segundo plano e os claps [batida com efeito de palmas, que faz o papel da caixa (da bateria)] dão "corpo" a melodia.

Haddon não “larga” o microfone em nenhum momento, ele é responsável até pelos refrões. Suas interpretações são fantásticas - ele canta como se estivesse narrando uma história, e interpretando mais de um personagem. “Não estou falando sobre o Rei do Pop / Eu estou falando sobre o Rei dos Reis / Ele está prestes a mostrar alguma coisa a todos nós, algo que nunca vi / Eu sou apenas o seu mensageiro, não é HBO/ Eu sou aquele que fala sobre a vida real, eu o sigo por toda parte/ Eu falo em nome do “mega star”, não há ninguém melhor / Seu nome é Jesus, Ele é o Show Stopper “.

POWER é uma das canções mais dançantes e envolventes do disco. Produzida por Fred Jerkins, ela tem uma certa influência de Grime Music [musica urbana tradicional nos guettos do Reino Unido], e uma sonoridade incrível. Depois de ouvir esse som pela primeira vez você na vai querer parar mais – vicia -, por incrível que pareça o que mais me chamou atenção foram os tambores [ou melhor o tambor], apesar dos variados efeitos dos sintetizadores. Aaaahhh aaaaahhh Power!!! “Levante se você é cheio do poder do Espírito Santo”!

J.Moss (Just James), Canton Jones e Tye Tribbet e o rapper T-Haddy [primo de Deitrick] se unem a Haddon em REPPIN THE KINGDON. As vozes estão completamente auto-tunadas, seguindo a sonoridade "lunática" do disco. O interessante é que os vocais tiveram um destaque maior do que a melodia – não quero dizer que a melodia está em segundo plano, mas que os vocais foram priorizados, além do mais, não é sempre que encontramos cinco “feras” reunidas na mesma música. O intuito da canção é concientizar os cristãos - principalmente os jovens-, a serem representantes do Reino de Deus na terra.

Ouvindo GRAVITY no headphone e com os olhos fechados, tive a sensação de estar flutuando no espaço. Os caras não utilizaram muitos sintetizadores; as batidas sincopadas e alguns leves efeitos faz-nos “gravitar” – fazendo um trocadilho com o titulo da música. Referente a letra Haddon explica: “A gravidade é uma força magnética invisível, que nos mantém presos à terra. Na natureza, a gravidade é uma grande coisa. Mas espiritualmente você quer andar em lugares altos e se conectar com Deus”.

A fusão de Tecno, Funky e Reggae em KING, ficou perfeita. Me chamou atenção também principalmente nos variados vocais de Haddon - usados como efeito-, que receberam doses de vibratos e reverbs. Essa é a autobiografia de um jovem [conhecido como Deitrick Haddon] que tinha talento e uma grande imaginação, e que encontrou uma maneira de sair da vida simples e humilde que levava . A mensagem é: Nunca desista de seus sonhos, e não pare de lutar pelos seus objetivos.

TOUCH ME dá uma pausa no som futurista, e volta a velha escola com samples do Sly & The Family Stone [banda americana de Rock, Funk e Soul, que fez sucesso nos entre os anos 1960 e 1980] . Considero essa canção uma oração [apesar do ritimo dançante] de entrega total ao poder do Espírito Santo.

A partir de THE GREATEST, o disco fica com uma sonoridade dramática – mas não perde a essência, e continua incrível. O interessante é que em algumas dessas músicas os claps estão bem "pegajosos" e os bumbos mais contidos. Não posso deixar de ressaltar que Deitrick é um intérprete fantástico; nessa canção novamente ele faz uma bela interpretação. O que mais me chama a atenção são suas mudanças de tom - poucos cantores conseguem essa façanha.

Acompanhada por uma melodia psicodélica, e interpretada por uma voz completamente “auto-tunada” FIGHTING TEMPTATION. A canção fala sobre resistir as tentações; temos que colocar nossa confiança em Deus, porque sozinhos não venceremos essa guerra. “Eu estou lutando contra as tentações / Eu estou lutando”.

ONE MORE CHANCE segue a mesma linha das duas antecessoras, também com claps "pegajosos"; a diferença é que os bumbos e tambores estão mais potentes - os efeitos e os acordes de sintetizadores no “background” [ao fundo] dão a música um "ar" de suspense. Apesar de toda a produção musical, o que mais me impressionou não foram os efeitos nem as batidas, mas a letra; um pedido de perdão mais que sincero - lembrei da história de Davi. “Você me deu tudo / Tudo que eu precisava e muito mais / Eu vi você chegar / Foi quando eu bati a porta / Mas olhe para mim agora (Olhe para mim agora) / Eu sou apenas bagunça (eu sou apenas bagunça) / E devo confessar (E eu devo confessar) / Você pode me dar apenas mais uma chance?

“As pessoas estão morrendo, perdendo a fé / Até mesmo os escolhidos estão caindo em desgraça”, diz os primeiros versos de BENDED KNESS. Essa é mais uma oração; um pedido de socorro para a horrível situação que estamos vivendo na terra – “Eu estou de joelhos pedindo para você nos ajudar, por favor”.

FORGIVEN é o testemunho de um jovem - não se sabe se é o próprio cantor-, filho de um ministro, que por algum motivo se distanciou dos caminhos do Senhor. Porém esse jovem se arrependeu de seus erros e voltou para casa do PAI. “Ninguém tem o poder de colocá-lo no céu ou no inferno / Eu não me arrependo das coisas que eu fiz / Porque agora eu tenho uma história para contar / E não há nenhum testemunho /Se você não passar no teste”.

Haddon novamente deixa de lado os sintetizadores e as batidas eletrônicas, em MIGHTY GOD, ele mostra seu lado congregacional. O arranjo ficou lindo; violão e piano são a base da melodia, sem deixar de citar as pitadas de órgão no refrão.

WELL DONE é um dos primeiros singles do disco, e também uma das mais belas canções que compõe o repertório. O piano tocado por Cordell Walton conduz toda a melodia; a bateria com uma sonoridade estilo anos 80, faz o simples, e nos refrões o baixo e as cordas (violinos e cellos) ganham um maior destaque. “Eu quero que você feche os olhos, não perca seu foco / Seu único propósito nesta vida é servir a Jesus Cristo / E no Dia do Julgamento, quando estiver tudo acabado / Ele vai dizer, venha em meu servo bom e fiel”. Simplismente fantástica!!

O piano continua sendo destaque em YOU ARE MY STRENGTH. Novamente destaco os claps "pegajosos", dessa vez com o complemento da caixa [da bateria acústica]. Os vocais no meio da musica [oohhh, ohhhh!!], incrementado por violinos; e também nos refrões ficaram perfeitos - o reverb na voz de Haddon na penúltima estrofe também deu um belo incremento a música.

A "calmaria" é encerrada com a linda BABY, YOU ARE STAR; mais uma história contada em forma de música nesse disco. Essa é a história de uma jovem que tinha grandes sonhos na vida, mas se apaixonou aos 16 anos e engravidou, e por causa da gravidez desistiu de seus sonhos. Não desista de lutar por causa dos problemas que você está enfrentando, creia em Deus que Ele vai te dar forças pra lutar e vencer essa batalha. “Baby você é uma estrela / Apenas certifique-se que você nasceu para brilhar”.

Na Eletro-Pop SAVE SOMEBODY, Haddon conta com a participação de ninguém menos que sua esposa Damita. A cantora tem uma belíssima voz, e unindo o útil ao agradável, o resultado não poderia ser outro - Very Good!! Referente as parcerias que o cantor faz com sua esposa [inclusive, muitas das canções desse álbum foram co-escritas por ela], ele diz: "Damita é o meu espelho feminino. Eu estou 100% por trás dela”.

CHURCH ON THE MOON faz uma fusão de jazz com soul, vou compara-la há um belo quadro, que depois de alguns séculos passou por algumas reformas e ganhou novos retoques. Eu fiz essa comparação porque a canção tem uma sonoridade "retro", com retoques contemporâneo - tem aquela coisa de te-la ouvido há alguns anos atrás.

JESUS IS COMING fecha o disco com tom de despedida, Deitrick não economiza nas firulas, acompanhado por um belo back vocal, piano e uma batida contidíssima. “Esta é apenas uma melodia / Que está vindo direto do coração / Não sei porquê, mas eu tenho uma necessidade de dizer-lhe /Foi pesado em meu coração para dizer aos meus amigos / Não sabemos quando, não sabemos onde / Não sabemos como, mas oh, nós sabemos / Ele está vindo como um ladrão na noite”.
Church On The Moon

(CD) 01/11


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Dhaii M. (Adailton Moura)

Locutor [radialista], escritor/blogger, músico & etc.


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