Análises
Relembramos um dos álbuns da banda Azul, que completa 30 anos - Final do Túnel. Confira o review

Em 11 de janeiro de 1988, Janires morreu num acidente automobilístico. Seu então grupo, a Banda Azul, nem tinha sequer liberado ainda o primeiro álbum. O seu lançamento ficou marcado não só pela estreia, mas também pela necessidade de adaptação — algo semelhante que o Rebanhão passou, de forma menos radical, em Semeador (1986). Ou seja, Final do Túnel é o típico álbum sucessor de uma grande tragédia. Registros do gênero historicamente acabam por ser um material catártico ou catastrófico. No caso do mesmo quarteto que gerou o excepcional Espelho nos Olhos (1988), o efeito foi se reinventar no seu segundo melhor projeto em carreira.
As mesmas influências de bandas como o 14 Bis são vistas aqui também, mas as letras são o ponto mais diferencial em relação ao projeto de estreia. A ausência de Janires é compensada com um trabalho coletivo. O vocalista Guilherme Praxedes e o baixista Moisés di Souza assinam quase todas as músicas, parte delas apresentadas pela banda ainda com o ex-vocalista nos primeiros shows. Flores pelos Campos (assinada coletivamente pelo grupo) e Estrela da Manhã carregam a mesma paixão evangelística de seu fundador, mas com uma visão menos poética. Da mesma forma, há um certo humor e positividade típica da época, como Perseverar, apesar do histórico recente do conjunto. Musicalmente, as composições de Praxedes são mais alicerçadas com os elementos eletrônicos, como a intro new wave Mundo em Implosão, enquanto Moisés di Souza e Ruben di Souza puxam Tardes de Outono para os grooves.
O segundo registro da Banda Azul seria originalmente um álbum sobre família, cujas composições de Janires estavam em andamento, algo revelado no futuro Tributo a Janires (2004). Apesar da proposta original não estar presente, Final do Túnel mostrou esperança para o grupo mineiro por meio de canções esforçadas e robustas, o que garantiu longevidade para o conjunto por mais alguns anos.
Avaliação: 4/5
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Azul
Veja também no Super Gospel:
- Theo Rubia e Felipe Rodrigues lançam nova versão da canção “Tu és tudo o que tenho" AO VIVO no Espírito Santo
- MAIA FLOW e LEVII MC lançam “KAIRÓS” pela Trindade Records: O Drill Gospel como brado profético para o tempo de Deus
- Paullo Musicq lança “Venha”: Uma celebração da Black Music Gospel pela Trindade Records
- Fernanda Tomadon lança as versões de “Cicatrizes” e “Diz” nas plataformas digitais

Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
Comentários
Para comentar, é preciso estar logado.
Faça seu Login ou Cadastre-se
Se preferir você pode Entrar com Facebook