Análises
Ouvimos o novo álbum de Brother Simion - Legado. Confira nossa crítica

Há cerca de quinze anos, em 2001, Brother Simion lançava o álbum Redenção. Entre as viagens eletrônicas de Na Virada do Milênio (2000) e a volta elétrica às origens de A Volta de Johnny (2002), parecia difícil entender a direção suave e contemplativa de um cantor tão agitado e prolífico, naquele ínterim.
Parecia. Em 2016, após anos de missões e silêncio artístico, tudo faz sentido. Legado, obra que marca seu retorno nesta década, é íntimo no timing perfeito. Depois do lançamento de Eclipse em 2004, o antecessor natural do novo álbum, Simion gravou dois discos, ambos sem canções inéditas. Assim, a fechar o período de doze anos sem novidades, sua volta declara a sua contemplação perante o presente e projeções da Eternidade.
Mesmo não sendo compreendido por muitos e outros, Brother Simion, com quase trinta anos de carreira, ainda deixa surpresas em seu retorno. Saber que o artista gosta de falar dos seus momentos em arranjos simples e marcantes é do conhecimento de todos. Mas, com uma produção que dá conta do recado e com o contexto exato, seu novo trabalho conecta-se muito bem com o que se espera de Brother nesta década.
O primeiro questionamento acerca de um álbum que quebra um silêncio tão grande é: Por que tanto tempo? A resposta está logo no início. A faixa-título, Legado é autoexplicativa. "O tempo que se passa com Deus determina teu futuro / Onde está teu coração, ali está o teu tesouro / Abre mão da correria! Que tantas conquistas são estas? / Lute pelo que não perece. Este é o teu legado!", diz o cantor. A balada suave, com frases de guitarra a pairar, é simioniana por excelência: experimental, curiosa e instigante.
Depois que revela suas intenções, Brother mostra que é o mesmo viajante de sempre. Ele é pop rock com aquele timbre característico de guitarra (Jumping in the Air), neoprogressivo com muitos synths (The Way to Your Heart) e arrisca dois remixes. Mas o auge do registro é outra balada. Uma Voz do Céu, de sete minutos, estabelece uma intimidade pouco vista nos álbuns do artista, seja pelos versos, pelo violão e pelos registros vocais que pairam entre a espiritualidade do cantor sem perder o requinte artístico pop.
O álbum se desenvolve linearmente e com harmonia, como uma árvore que cresce com vigor. Mas, por outro lado, mantém visíveis as extravagâncias musicais de Simion. Com o disco, o cantor continua no posto de artista mais inventivo da música cristã brasileira, ao passo que reafirma sua a identidade. Em síntese, está imposta em uma paixão crescente e visível que perpassa as letras, arranjos e uma voz que está em boa forma e não será esquecida. Este é um dos seus maiores legados.
Nota: ★★★★☆
Parecia. Em 2016, após anos de missões e silêncio artístico, tudo faz sentido. Legado, obra que marca seu retorno nesta década, é íntimo no timing perfeito. Depois do lançamento de Eclipse em 2004, o antecessor natural do novo álbum, Simion gravou dois discos, ambos sem canções inéditas. Assim, a fechar o período de doze anos sem novidades, sua volta declara a sua contemplação perante o presente e projeções da Eternidade.
Mesmo não sendo compreendido por muitos e outros, Brother Simion, com quase trinta anos de carreira, ainda deixa surpresas em seu retorno. Saber que o artista gosta de falar dos seus momentos em arranjos simples e marcantes é do conhecimento de todos. Mas, com uma produção que dá conta do recado e com o contexto exato, seu novo trabalho conecta-se muito bem com o que se espera de Brother nesta década.
O primeiro questionamento acerca de um álbum que quebra um silêncio tão grande é: Por que tanto tempo? A resposta está logo no início. A faixa-título, Legado é autoexplicativa. "O tempo que se passa com Deus determina teu futuro / Onde está teu coração, ali está o teu tesouro / Abre mão da correria! Que tantas conquistas são estas? / Lute pelo que não perece. Este é o teu legado!", diz o cantor. A balada suave, com frases de guitarra a pairar, é simioniana por excelência: experimental, curiosa e instigante.
Depois que revela suas intenções, Brother mostra que é o mesmo viajante de sempre. Ele é pop rock com aquele timbre característico de guitarra (Jumping in the Air), neoprogressivo com muitos synths (The Way to Your Heart) e arrisca dois remixes. Mas o auge do registro é outra balada. Uma Voz do Céu, de sete minutos, estabelece uma intimidade pouco vista nos álbuns do artista, seja pelos versos, pelo violão e pelos registros vocais que pairam entre a espiritualidade do cantor sem perder o requinte artístico pop.
O álbum se desenvolve linearmente e com harmonia, como uma árvore que cresce com vigor. Mas, por outro lado, mantém visíveis as extravagâncias musicais de Simion. Com o disco, o cantor continua no posto de artista mais inventivo da música cristã brasileira, ao passo que reafirma sua a identidade. Em síntese, está imposta em uma paixão crescente e visível que perpassa as letras, arranjos e uma voz que está em boa forma e não será esquecida. Este é um dos seus maiores legados.
Nota: ★★★★☆
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Brother Simion
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Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
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