Análises
Ouvimos o disco mais recente da Tanlan - ACALMANOCAOS. Confira nossa crítica

O poeta romano Ovídio desenvolveu ao longo de sua obra Metamorfoses a ideia de que o caos relaciona-se como desequilíbrio e a desordem. A partir de então, em sentido mitológico, Caos passou a ser reconhecido como o deus da desordem.
Graças a ele, numa linguagem e contexto atual, Caos significa desordem, confusão e tudo aquilo que está em desequilíbrio. Em casos assim, o mais comum é que as pessoas tenham medo e acabem agindo por impulso ou sem as devidas análises de situação. Logo vem o desespero. Acalmar-se em meio ao caos é, portanto, um paradoxo interessante.
A banda Tanlan aborda essa temática para seu terceiro disco de inéditas. O título da obra atual, composto por justaposição e em letras maiúsculas, é ACALMANOCAOS. Desta vez, são onze faixas, quarenta e nove minutos de um trabalho bem diferente da primeira produção da banda (Tudo o que eu queria - 2008) e a meu ver não chega a romper totalmente com o segundo (Um dia a mais - 2012), embora acabe por superá-lo em qualidade e mostra que há fôlego para coisas maiores.
Uma banda que em seu inicio de carreira traz um trabalho muito bom (Tudo o que eu queria) provoca duas coisas antagônicas. A primeira positiva, um cartão de visitas e abertura de portas para prosseguimento de outros projetos. A outra gera uma enorme responsabilidade, no quesito manutenção e/ou superação do que se fez anteriormente. O disco do momento, lançado no fim de dezembro de 2016, coloca o requisito nos eixos.
Dois anos de produção resultaram realmente no CD mais pop rock do grupo, o segundo trabalho com o selo Sony Music. A abordagem amadureceu, a crítica social está presente de forma mais direta, como na faixa Sobre o Ódio e a Razão, em que se tem, digamos, a mais incisiva do álbum, destacável com a presença das rimas contundentes do rapper Kivitz. Encontramos ainda alguns temas como comportamento social (Eles Dizem), amor (A Maior Aventura, O Que Vai Ficar). Epifania é a mais intimista e tende ser o hit do trabalho. Em relação à sonoridade instrumental existe bons riffs, mas (talvez até por propósito do grupo) não há de se encontrar aquele estrondoso solo de guitarra. Nada que atrapalhe o andamento da obra. Por todo, o disco o baixo aparece suave, mas não é protagonista. Uso de instrumentos de sopro em determinados momentos, como no single O Que Vai Ficar, denotam boa variedade.
Em Mais que um Palpite os backing vocals aumentam o tom emocional da balada. O flerte com o rock alternativo e diversificado da Switchfoot e o post-grunge à lá Foo Fighters continua notório.
A meu ver, no geral, na discografia da banda, Acalmanocaos agrega valor. Revela avanço sonoro do grupo. Destaque-se ainda a bela capa, sugestiva, poética e que faz pensar. Há uma fuga do lugar comum em que temos na maioria dos trabalhos do mainstream, o qual colocam apenas a famigerada foto do artista em uma pose ou outra, trata-se de um brinde ao bom gosto e a criatividade.
Nota: ★★★
☆
Graças a ele, numa linguagem e contexto atual, Caos significa desordem, confusão e tudo aquilo que está em desequilíbrio. Em casos assim, o mais comum é que as pessoas tenham medo e acabem agindo por impulso ou sem as devidas análises de situação. Logo vem o desespero. Acalmar-se em meio ao caos é, portanto, um paradoxo interessante.
A banda Tanlan aborda essa temática para seu terceiro disco de inéditas. O título da obra atual, composto por justaposição e em letras maiúsculas, é ACALMANOCAOS. Desta vez, são onze faixas, quarenta e nove minutos de um trabalho bem diferente da primeira produção da banda (Tudo o que eu queria - 2008) e a meu ver não chega a romper totalmente com o segundo (Um dia a mais - 2012), embora acabe por superá-lo em qualidade e mostra que há fôlego para coisas maiores.
Uma banda que em seu inicio de carreira traz um trabalho muito bom (Tudo o que eu queria) provoca duas coisas antagônicas. A primeira positiva, um cartão de visitas e abertura de portas para prosseguimento de outros projetos. A outra gera uma enorme responsabilidade, no quesito manutenção e/ou superação do que se fez anteriormente. O disco do momento, lançado no fim de dezembro de 2016, coloca o requisito nos eixos.
Dois anos de produção resultaram realmente no CD mais pop rock do grupo, o segundo trabalho com o selo Sony Music. A abordagem amadureceu, a crítica social está presente de forma mais direta, como na faixa Sobre o Ódio e a Razão, em que se tem, digamos, a mais incisiva do álbum, destacável com a presença das rimas contundentes do rapper Kivitz. Encontramos ainda alguns temas como comportamento social (Eles Dizem), amor (A Maior Aventura, O Que Vai Ficar). Epifania é a mais intimista e tende ser o hit do trabalho. Em relação à sonoridade instrumental existe bons riffs, mas (talvez até por propósito do grupo) não há de se encontrar aquele estrondoso solo de guitarra. Nada que atrapalhe o andamento da obra. Por todo, o disco o baixo aparece suave, mas não é protagonista. Uso de instrumentos de sopro em determinados momentos, como no single O Que Vai Ficar, denotam boa variedade.
Em Mais que um Palpite os backing vocals aumentam o tom emocional da balada. O flerte com o rock alternativo e diversificado da Switchfoot e o post-grunge à lá Foo Fighters continua notório.
A meu ver, no geral, na discografia da banda, Acalmanocaos agrega valor. Revela avanço sonoro do grupo. Destaque-se ainda a bela capa, sugestiva, poética e que faz pensar. Há uma fuga do lugar comum em que temos na maioria dos trabalhos do mainstream, o qual colocam apenas a famigerada foto do artista em uma pose ou outra, trata-se de um brinde ao bom gosto e a criatividade.
Nota: ★★★

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Tanlan
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Gleison Gomes
Historiador, apreciador de música, filmes e bolo de abacaxi.
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