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Confira nosso bate papo com Anayle Sullivan, que fala sobre o primeiro álbum de sua carreira

Tiago Abreu em 11/11/15 1904 visualizações

Anayle Sullivan, cantora, compositora e esposa do produtor musical Michael Sullivan, recebeu a equipe do Super Gospel na Gospel Fair 2015. Em divulgação de seu primeiro álbum autointitulado, a intérprete se apresenta em vários locais do país ao lado de seu marido. Em uma conversa, Anayle falou acerca de seu contato com o meio religioso e não-religioso, além das referências musicais impressas em seu primeiro projeto.

Você lançou o primeiro trabalho para o meio cristão este ano. Fale-nos acerca da produção musical, arranjos e composições.

Na verdade, este é o meu primeiro trabalho no total. Apesar de ser casada com uma pessoa que vive de música e trabalha no meio há quarenta anos, Michael Sullivan, o Espírito Santo sempre me separou para que eu não seguisse nenhum tipo de trabalho, embora tenha recebido propostas para gravar. Cheguei a rasgar um contrato com uma gravadora. Mas, realmente, o Espírito Santo nunca deixou.

Este disco é fruto de um amadurecimento a partir de tudo o que tenho vivido e da certeza de um chamado. Naquele momento, percebi que já estava na hora. Durante este tempo, fomos ao mundo, trabalhando com vários ministérios, incluindo os mais tradicionais. Nisso, percebi que tinha um lugar para mim. A maior dificuldade de um levita é saber aonde você vai se encaixar e qual é o seu som, que geralmente é dado diretamente a você. O meu som é uma mistura de vários objetivos que preciso atingir. No repertório, você encontra faixas que possuem uma estrutura mais clássica, tem mistura com o rock, blues, jazz. O blues e o jazz são dois gêneros musicais que saíram diretamente do gospel. Realmente, fui bem à origem de tudo o que me fundou, digamos, sonoramente. E por acreditar que temos de cantar a verdade, decidi ramificar o álbum para falar com todo mundo.

Sendo um trabalho que mescla vários gêneros musicais, quais grupos e compositores te influenciaram no som deste álbum?

Eu me converti aos dezoito anos. Até então, ouvia de tudo. E o Sullivan também tem muitos amigos que são os grandes da música nacional... Por exemplo, somos muito amigos do Daniel Jobim. Eu sempre ouvi muito Tom Jobim. Sempre há aquela vontade de traduzir aquele nível de musicalidade e colocá-lo a serviço do Senhor. Acho que na parte de MPB tenho muito disso. Mas, para este disco, eu fui naquele tipo de hino bem tradicional. Eu fui ouvir sons em que mal dava para ouvir a mixagem do instrumento, nem sei explicar o que procurei. Por exemplo: O primeiro louvor que foi registrado no livro dos escravos se chama “Michael Row the Boat Ashore”. Musicalmente falando, é difícil, porque é muito antigo.

Em termos de rock, eu gosto muito de tudo o que está rolando hoje, acho que tem pessoas maravilhosas com grandes ministérios, como o Fernandinho e o Hillsong. Gosto muito de Kari Jobe e Jesus Culture também. Somos um corpo, não há como se emocionar com esse pessoal.

É curioso você falar em Daniel Jobim. Seu pai, Paulo Jobim, foi produtor do disco Novidade de Vida da dupla cristã Edson e Tita, em 1982.

Legal! Isso é muito importante. Eu e o Sullivan temos assumido este ministério. Todas estas pessoas que cito, como Daniel, Celso Fonseca, que esteve lá em casa semana passada e pediu para ouvir meu disco, são pessoas sedentas pela verdade. Existem vários tipos de chamado. Um deles é de pessoas para evangelizar, outro de discipular quem está dentro da igreja e por aí vai. O meu é de evangelizar. Quando o Celso chegou para mim e disse: “Quero ouvir o seu disco”, algumas músicas foram acessíveis para ele. Ele conseguiu entender que basta aceitar Jesus como salvador, amá-lo e cumprir os mandamentos.

A minha música é bem sintetizada para isso. O Celso é um compositor maravilhoso, autor daquela música “Sorte”. E tem uma música minha que fala: “o nome da minha sorte é Deus”. E ele vai à igreja com a gente. O nosso ministério tem sido de levar a palavra a pessoas de difícil acesso, porque o mundo as trata a pão de ló (risos). É complicado semear nesse meio artístico, quando as pessoas são abastadas e acham que o dinheiro é aquilo que salva. Mas o Senhor tem nos capacitado e dado sabedoria para levar os nossos amigos...

Você gravou, recentemente, o videoclipe da música “O que é Seu Mundo?”. A música possui características deste discurso.

Sim, você está no mesmo espírito! (risos). Essa música é uma pergunta. É uma indagação, o tempo todo, para refletir: Onde está o seu mundo? Você está vivendo pelo o que? Porque se a base não for Deus, vai cair. Não importa quanto dinheiro você tenha, o que você acha que deve estar te segurando, se não é a mão de Deus, meu amigo, é uma questão de tempo. Realmente, “O que é Seu Mundo?” tem tocado as pessoas. Para quem é cristão, ouvirá a música e dirá: “É diferente. É um louvor diferente. É de Deus, amém”. E para quem não é, vai dizer: “Poxa... Tá acessível. Estou entendendo. Então existe uma música cristã para mim”. Esta era a minha intenção. Meu marido faz bastantes shows, graças a Deus tem uma carreira sólida. Aliás, acho que Deus separou este ministério diferente para ele por saber que o mundo não o contamina. Pelo contrário, nós que estamos sedentos de ir pegar as almas e levá-las para dentro da igreja (risos). O louvor que Deus me deu não poderia ser diferente. Nos shows, nós cantamos e ministramos “O que é Seu Mundo?” e as pessoas saem com uma resposta. No fim das apresentações recebemos testemunhos, as pessoas perguntam onde é a igreja que frequentamos e a gente fala: “É na igreja mais próxima da sua casa. Vai porque Jesus está te esperando de braços abertos”.

O clipe possui algumas cenas de um jogo de xadrez, mostrando que no mundo você é apenas uma peça, tem uma vida fútil e sem sentido, porque não há eternidade.

Você disse que as suas letras são acessíveis para um não cristão. Você acha que a música evangélica consegue dialogar com a sociedade?

O Senhor diz que todo louvor pertence ao Senhor e que Ele respira este louvor. Todo louvor a Ele me edifica. Amo a música, o louvor, amo adorar. Mas, realmente, como Jesus fez, você não pode fazer acepção de pessoas. E tem pessoas que estão afastadas, ou acham que Deus está muito distante delas. E tem certos estilos que estes indivíduos, por estar no mundo, não conseguem se aproximar, como os mais tradicionais, que eu amo de paixão. Eu vim com esta proposta para aproximar estas pessoas. Mas isso não significa que eu não tenha vontade de fazer um trabalho mais pentecostal. E neste disco, a música “Tribunal de Cristo” é pentecostal. Mas a roupagem sonora é mais rock. Para a pessoa notar que não é somente a sonoridade que determina o estilo. A gente tem que encontrar aquilo que Deus quer que a gente fale com quem Ele quer que a gente fale. E, por enquanto, este foi o chamado. Vamos ver o segundo disco (risos).

O que o público pode aguardar de novidades?

Tem duas coisas em meu coração. Estou pensando em fazer um disco infantil. Sou mãe. Tenho um filho que vai fazer nove anos agora no fim do ano e outro que fará quatro. E eu já estou colocando isso em oração para ter a confirmação. E um outro de louvores mais internacionais e com uma visão mais aberta, em outras línguas, com um outro repertório. É para o ide não ter barreiras. Com a música secular, meu marido foi nos quatro cantos do mundo, tocou em cinco continentes. E o Senhor tem colocado que a gente vai de novo.

Mande um recado para os leitores do Super Gospel.

O mundo é sedento. As pessoas estão muito sedentas, principalmente neste momento de assolação do inimigo, como a crise econômica. E nós, como cristãos, sabemos que isso não nos abala. Então, semeie. Está na hora de semear e mostrar que Jesus não deixa o barco de ninguém afundar. Quem é cristão, mais do que nunca deve mostrar o Senhor e falar às pessoas que Ele é o caminho, a verdade e a vida e que tudo Ele fará em que crer nEle.

Colaboração: Roberto Azevedo

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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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